"...Algo não me deixava voltar atrás."

(SOBRE A ETED II - Renúncias)

Em fevereiro, de 2013...

No dia da apresentação eu lembro que ouvia aqueles jovens dizendo que estavam ali porque queriam ser missionários, uns também diziam que estavam ali porque queriam dar um "UP" na sua vida, outros porque estavam machucados e queriam mudança, outros porque amavam Missões e como conheciam a Jocum e blá blá blá... e eu não sabia o que dizer!!!! Quando chegou a minha vez, disse gaguejando mais ou menos assim: "- Humm...B-e-m, eu queria ser comissária, mas nada deu certo. Eu não sei muita coisa sobre a Jocum, e também nem sei se quero mesmo ser missionária. Eu não sei muito bem o que estou fazendo aqui, mas eu estou aqui, (todos riram, e eu estava rindo também, mas de nervoso), o importante é que fui sinceramente sincera rs!
Eu dividia um quarto com 3 garotas e convivia em um pavilhão com 21 meninas! Hahaha...Cada uma de um Estado do Brasil, com sotaques diferentes, manias diferentes,...sim, era uma loucura!
Na Eted, no período teórico de 3 meses eu tive aulas sobre diversos assuntos como: Paternidade de Deus, Renúncia, Louvor & Adoração, Filipenses, O coração missionário de Deus - Jonas, Intercessão, Meditação - Ouvir a voz de Deus, Identidade, etc e etc... Certamente, destacaria a aula de Renúncia! Pois foi nessa aula que Deus me falou sobre o meu chamado e sobre as renúncias que acarretariam. Eu me enchia de medo mas não podia voltar atrás. Algo não me deixava voltar atrás.
Durante a Eted eu sofri 2 perdas. Recebi a noticia durante uma aula que um dos meus primos havia falecido. Eu consegui me manter firme, apesar da preocupação com meus familiares e a tristeza. Outra notícia ruim foi dada enquanto eu voltava do prático (prático que era realizado aos finais de semana com trabalhos em igrejas) com uma equipe de 6 pessoas (contando com o líder), nós tínhamos trabalhado em uma igreja com evangelismo durante o dia, tarde, e a noite. A igreja nos deu uma oferta e nós combinamos de ir comer pizza. Nós retornamos para a base para deixar nossas coisas (mochilas, bolsas, etc), eu estava descendo da komb quando recebi um telefonema, minha mãe pediu para falar com meu líder, e rodeando um pouco eles me deram a notícia de que minha avó havia falecido. Eu era apegada com ela. E ali parecia que tinham tirado o meu chão. Eu estava longe da minha família e chorava muito. Eu estava me sentindo sozinha, embora estivesse cercada. Deus me ensinou na prática sobre Renuncia. Eu tentei pegar minhas malas e fazê-las para voltar, mas, algo dentro de mim dizia que eu não podia. Foram por 2 dias que eu não saía do quarto nem para meditar. A pergunta que eu fazia para Deus era "O que ele queria me ensinar com tudo aquilo?" A renuncia é dolorosa, a maior dificuldade foi estar longe dos familiares em um momento delicado. Minha avó era uma paraense guerreira do reteté! Ela estava feliz por eu estar me preparando para fazer Missões (tinha falado com ela apenas uma vez desde o dia que cheguei na base por telefone). Meu primo faleceu em março e minha avó em abril.
Eu descobri no sofrimento que com Deus sou forte! Ele me ajudaria a passar por qualquer situação por mais difícil que fosse. Eu descobri o verdadeiro sentido do versículo: "Tudo posso naquele que me fortalece!".

Eu decidi seguir Jesus - não vou voltar atrás! (Hillsong)